27 de setembro de 2010

Desabafo



Homenagem ao dia dos pais

Porque ainda tento
Buscar aquela imagem?
Porque não me contento
Com a eterna miragem?

Será que vai doer para sempre
Essa falta de referência?
Ainda que eu me concentre
Sinto a dor da inocência.

O tempo passa e a sensação aumenta
A esperança vem como escárnio,
Aqui dentro a decepção se sustenta.
No peito, o vazio é o cenário.

Catei migalhas de carinho,
Na busca em outros lares,
Tentando achar um ninho,
Fui parasita em vários lugares.

Lutei, persisti seguindo,
De olhos vendados sem um guia.
Mesmo tropeçando e caindo,
Sem um apoio, um vigia.

Sozinho, aprendi a suportar,
E até mesmo esquecer,
Mas hoje tenho que superar,
Mesmo sem um exemplo ver,

Crio um mosaico do que suguei,
Tentando ser o melhor.
Nesse Frankstein me espelhei,
Mas minha carência é maior.

Acho que não quero retratação,
Não quero um julgamento.
Não preciso dar um perdão,
Só quero reconhecimento,


Assim com carinho e orgulho
Por ser sua imagem e semelhança
E não sentir o desprezo, em um mergulho,
E humilhação por ainda ter esperança.

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