31 de agosto de 2011

Caixa de Pandora

Sozinho outra vez,
A mercê de tudo e de todos.
Um metro e noventa e poucos
De pura insegurança.
Uma casca de Ogro,
recheada por um bufão.
Em Aquiles o calcanhar,
Em mim o peito.
Morada de um coração carente e fraco,
Cercado pelo seu forte de ilusões.
Guardando suas feridas
Em sua caixa de pandora,
Onde eu possa esquece-las,
Mas quando as raízes apodrecem
E o chão se vai,
O caule sucumbe
As ilusões se desfazem.
A caixa abre,
E o dedo a cutucar as feridas
E da mão que outrora lhe foi estendida.
Realmente a boca que beija
E a mesma do escarro.
Sangrando agora me encontro
Com minha caixinha aberta
Nas mãos uma pena
Desenhando palavras rubras.
Palavras que não curam.
Mas distraem enquanto a caixa, o coração fecha
E refaz minhas muralhas de ilusões
Escondendo-me as feridas.

Um comentário:

  1. Debora do Nascimento20 setembro, 2011 23:47

    Uau. extremamente profundo e cheio de sensibilidade, mas, o que achei mais peculiar é que lendo, pensei que tivesse sido escrito após o dia 9, mas foi escrito antes. curioso, não? Parabéns pelo texto, gosto mais quando ele tem essa emoção e essa tranparência. Ficou belíssimo.

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